segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Agente da Graça

Dietrich Bonhoeffer
Na manhã do dia 6 de abril de 1945, entre as 5 e as 6 horas, os prisioneiros [...] foram retirados de suas células e o julgamento do tribunal de guerra lhes foi comunicado. Pela porta entreaberta de um quarto, no acampamento, eu vi, antes que os condenados fossem despidos, o pastor Bonhoeffer de joelhos diante de seu Deus em uma intensa oração. A maneira perfeitamente submissa e certa de ser atendida com que esse homem extraordinariamente simpático orava me emocionou profundamente. No local da execução, ele orou novamente e depois subiu corajosamente os degraus do patíbulo. A sua morte ocorreu em alguns segundos. Em cinqüenta anos de prática, jamais vi um homem morrer tão completamente nas mãos de Deus.

[Testemunho do médico do campo de concentração nazista Flossenburg, citado em D. Rance. Un siècle de temóins. Paris: Fayard-Le Sarment, 2000]

Fonte:http://www.galilea.com.br/blog.asp

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A CRUZ DE CRISTO – JOHN STOTT

Ao ousar escrever um livro a respeito da cruz, há, é claro, um grande perigo de presunção. Isto, em parte, advém do fato de que o que realmente aconteceu quando "Deus estava reconciliando consigo mesmo o mundo em Cristo" é um mistério cujas profundezas passaremos a eternidade examinando; e, em parte, porque seria muitíssimo impróprio fingir um frio desprendimento à medida que contemplamos a cruz de Cristo. Quer queiramos, quer não, estamos envolvidos. Nossos pecados o colocou aí. De sorte que, longe de nos elogiar, a cruz mina nossa justiça própria. Só podemos nos aproximar dela com a cabeça curvada e em espírito de contrição. E aí permanecemos até que o Senhor Jesus nos conceda ao coração sua palavra de perdão e aceitação, e nós, presos por seu amor, e transbordantes de ação de graças, saíamos para o mundo a fim de viver as nossas vidas no serviço dele.

domingo, 6 de janeiro de 2008

ANO NOVO

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente"
Carlos Drummond de Andrade

"Cada primeiro de janeiro a que chegamos é um marco imaginário - ao mesmo tempo repouso para pensamento e meditação, e ponto de partida para novo exercício da nossa jornada. O homem que pelo menos não se propõe a ser melhor neste ano do que foi no passado, deve ser muito bom, ou realmente muito mau." Charles Lamb

A Vitória Sobre o Maligno - 1 Jo 2.14, by Solano Basileu

Assim como no seu evangelho, João na sua 1ª epístola defende junto à igreja um viver de modo digno com o cristianismo e não como algumas seitas da época pregavam, como o gnosticismo, por exemplo - Gnosticismo: seita do I séc. da era cristã que acreditava que o corpo era uma prisão para o espírito ou a alma, e o espírito era divino, como uma “centelha de Deus” que habita num “túmulo”, o corpo. A gnosis ou conhecimento ensinava que Jesus era um ser imaterial que fora enviado por Deus para buscar e resgatar as centelhas dispersas do ser de Deus. “Sempre que as pessoas depreciam a existência material e física em nome da ‘espiritualidade’ ou, pela mesma razão, elevam a alma ou espírito humano à condição de divindade, a heresia do gnosticismo volta a invadir a mensagem apostólica e a contaminar o cristianismo.” (Fonte: História da Teologia Cristã: 2000 anos de Tradição e Reformas / Roger E. Olson - São Paulo: ed. Vida, 2001, págs. 27 a 30).
É válido lembrar que o cristianismo foi reconhecido como cristianismo primeiramente, a partir do modo de vida dos primeiros cristãos (At 2.42-47 e 11.26c).
Ao citar alguns segmentos da igreja (filhinhos, pais e jovens) no texto base, João defende um estilo de vida que deve resgatar uma práxis cristã genuína, o que não era novidade para aquelas pessoas (1 Jo 2.7). Fica clara a preocupação de João para uma vida cristã de qualidade.
Nos nossos dias somos invadidos, como igreja cristã e como pessoas cristãs, por uma gama de novos comportamentos, vestimentas e estilos de vidas que não nos leva a sermos chamados de cristãos, como em Antioquia, em muitos casos nem contamos mais com a simpatia do povo, o que dizer então dos sinais e prodígios que acompanhariam os que cressem (Mc 16.17 e At 2.43) estão cada vez mais raros, exceto os financeiros, emocionais, etc. É preciso refletir sobre o nosso modo de vida cristão, afinal ser luz e ser sal é ser modelo e exemplo para este mundo, ser luz e ser sal é mostrar que temos sido aperfeiçoados no amor de Deus (1 Jo 2.5) e ser luz e ser sal é testemunhar que temos vencido o maligno.